janeiro 01, 2011

- Escrever (Apresentação)




Escrever é uma primeira natureza minha, solitária.
Transformar emoções difusas em conceitos, identificá-las, 
ordená-las em palavras precisas e imagens verbais 
que elaborem sensações, sentimentos, idéias.
Depois vem o ser social, o que se abandona em relações, 
constata diferenças, contradições, paradoxos, interesses, 
conflitos, desigualdades, opiniões, paixões.
O primeiro é uma criança, descobre-se. 
O segundo, descobre o mundo.
Este escrever é severo, não aceita falsidades, não se 
permite ambíguo. Apenas  se instala na quietude, 
no isolamento, derrama pelas bordas átonas uma espécie de 
sensibilidade, como quem olha a amplidão sem compreendê-la. 
É também um escrever íntimo, um desnudamento. Revela de mim 
mais do que sei, do que percebo, e publicá-lo é algo que 
ultrapassa minhas pretensões de reserva e pequenos círculos.
Porém, sinto-me feliz em partilhar meus medos, dúvidas,
encantamentos, amores, arroubos e melancolias.
É, no mínimo, uma forma de perpetuar para aqueles com
quem viví, um pouco do ser humano que tenho sido.



Síntese de uma vida irresponsável. Irresponsável?

Sentí falta de um complemento a esta introdução (talvez
eu me introduza muito mais vezes...), mas vale dizer que,
da perspectiva de um sessentão, perdí quase (eu disse quase) 
todos os meus medos. Se antes me assemelhava a alguém
desprovido da noção de riscos, a famosa coragem dos ignorantes,
hoje tenho a mais arraigada convicção de que os efeitos
dos meus pensamentos e ações intencionadas, se não prejudicarem
ninguém além de mim, absolutamente não me interessam,
refletem apenas o que eu quero viver e ainda fazer.



 "...quando eu olhar pro lado..." 



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Outros links:

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Observação pertinente e deveras importante
Algumas citações e imagens utilizadas aqui foram retiradas da Net
e continuarão a sê-lo no decorrer dos meus trabalhos de pesquisa.
Quando constarem dos originais, os créditos estarão devidamente
reconhecidos e anotados. Porém, erros podem acontecer ou direitos
porventura feridos. Caso isto ocorra, por gentileza, acuse a falha
através de um comentário no volume onde tenha ocorrido e,
imediatamente, tomarei as providências necessárias para saná-la.
Obrigado,
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Posted by Picasa

- Histórias de Passarinho (Poesia)

(Anos 60/70)


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Alvo Polo

Alvo polo
posto alto
solto e branco
ando salvo

Quando brando
canto santo
ando vendo
sendo gente
bando ardente
gente grande
dando tanto
quanto sente

Cada mente
é, de repente
ente amando
dando alento
tendo tanto
sem contento

Porém vendo
gente tendo
tanto no consenso
como penso
noutro ente
rente e sonso
ignorante
que não sente
ante a gente
senão sono
indiferente.


Auto

A verdade é que sou popular
como um mictório público.

Vulgar?
Talvez, quem sabe...
Prefiro popular.
É menos vulgar.


Balbúrdia

No meio do universo
um barulho de latas
e corridas desabaladas
na madrugada.

Os astros todos, circunspectos,
sequer voltam a cabeça.
O sol, flamejando,
está vexado diante do cosmo.

As estrelinhas ao longe
olham e riem.
O planeta terra
(eta planetinha)
fez de novo das suas.


Bebê


Sabe, já fui bebê.
Era lindinho.
Depois cresci
e me tornei bebezão.
Depois cresci mais ainda:
era lindão.

Como tudo que vai,
eu fui.
Mostraram –me a vida,
virei beberrão.
Que feião.


Brinquedo

Quando eu era pequeno
adorava ser chinês.
(Aladim para mim era chinês)

Depois fui francês
com D’Artagnan, Porthos
e, não sei por quê, Pilatos
em vez de Athos ou Aramis.

Hércules, aquele grego.
Marco Polo, italiano do mundo.
Até bicho eu fui, riam,
Bambi órfão muito cedo.

Aí veio a televisão
e eu virei americano.
Já nem me lembro mais
de quantos alemães matei
no quintal da minha casa.

Depois entrei para o colégio
(de padres) e virei santo.
Santo não tem nacionalidade.

Mas então briguei com os padres.
Tornei-me  brasileiro, malandro,
sambista, corinthiano e artista.

Esse tempo simples passou.
Hoje, não consigo esquecer
minha natureza humana.
Humana... prateada e rebrilhante
como a fuselagem de um avião.


Esquisito


Parece incrível,
mas o compasso,
sobre a folha,
traçou uma reta.

Ainda mais estranho
foi perceber a luz
no instante exato
em que sumia
na lâmpada.
Muito rápido...

Excepcionais foram
dois hidrogênios
descobrindo, solertes,
um único oxigênio.
E, pasmem, deu água.

Estranhas geometrias,
ignotas físicas,
surpreendentes químicas.
No final das contas,
desconfiava,
deviam lá estar certas.

Eu é que, tolo,
estranhava essas coisas.
Duvidava, como um gnomo,
Que seres humanos
fossem reais.

Mas a estranheza toda passou
numa tarde, no jardim de inverno,
quando percebí perplexo,
sem mágica ou reflexo,
sem nenhuma ciência,
altar ou tecnologia,
que eu era capaz de amar.


Eu

Eu,
essa dupla exata
que ri, que chora.

Duas faces de eus:
Esta, a mentira que acaba;
Aquela, a verdade que maltrata.
Uma, a volúpia de Deus,
Outra, a rejeição dos seus.

Um, a lágrima triste.
Outro, o dedo em riste.
Demim, Paramim, Contramim,
arcanjos para ser outro.

Eu e mim,
essa dupla exata.
Gosto
desse ser sem ata. 


Poder

Lutamos,
alguns pincéis e canetas,
contra milhares de baionetas.

Abrimos nosso palco na cidade,
milhões em negociações baratas
sem nenhum momento de verdade.

Nessa música sem letra, o ritmo
abrange uma enorme península
onde somos apenas o istmo.

E tenho o pressentimento
de que estamos, com o tempo,
tornando-nos somente um monumento.

Isolados no desfrute do que há,
esquecem e se desimportam
do que quer que seja, do que será.

Está tudo previsto, tudo cuidado.
A lição já foi passada,
resta fazê-la desconcentrado.

Pouco a pouco, tudo permanece,
nossa sensibilidade falece,
fica a mortalha sem pó.

Continuamos sós,
alguns pincéis e canetas,
contra milhares de papeletas.


Garfo e Faca

Ora, ora...
afinal a maré é cheia
na cheia da lua
de poesia cheia.

Plena estação qualquer,
desde que plena,
recebe pronta a hora
de uma estação qualquer.

Radiante,
soma sós raios o sol
e rola a bola incessante
do meu planeta girante.

Um parque, um bosque.
Passa o tempo o passatempo,
uma sombra do meu tempo
sopra sustos do passado.

No futuro, serei definitivo.
O vazio, oco e sem casca,
a verdade, fraude comprovada,
as deduções, baratas.

Agora, se me perguntam qualquer bosta,
por que não é a resposta,
por que sim um pouco mais
e nada tão resoluto quanto um talvez.

Porém, ora, ora...
a justiça falta mas não tarda
ou a tarde a justiça falta.
Semiologia, semiologia...

Nada resolve a justiça tardia.
O fato é que partiu
como um trem abarrotado de vazio
o aliás do meu quem sabe.

Assim, a esta altura,
ninguém entende mais nada
e eu continuo desafinado
como uma corneta quebrada.

Ora, ora, adjetivos...
poesias íngremes de verbos,
iconoclastas predicativos,
obnubilados substantivos.

Metaplasmos impolutos
Silepses de baixa-estima
Gongóricas paragoges
Irrefletidos anacolutos

Fora, fora... fodam-se.
Afinal, a maré é cheia
na cheia da lua de poesia cheia.

Palavras são muito difíceis.


Gramática


Tristeza é sinônimo de adeus.
Adeus, imperativo do verbo ir.
E ir, conjugado no passado,
em todas as pessoas:
substantivas, adjetivas,
numerais ou pronominais,
é saudade.


A História do Passarinho

Um passarinho pousou na antena
e a televisão do homem
deu interferência.

O homem chamou o técnico.
O técnico não achou nada,
cobrou a visita e foi embora.

A televisão, ligada de novo.
E tudo foi bem,
colorido e sonolento,
hipnótico ou violento,
todo dia, todo o tempo.

Até que o passarinho,
sem saber da programação,
de novo veio
e pousou na armação.

Aí o homem ficou bravo,
foi lá fora
e matou o passarinho.


Mídia

Susto em cores.
Bidimensão de movimentos.
Veículo frio,
rei do envolvimento.

Assisto às dores
dessa vida televisiva.
Os programas já sei de cor,
conheço todos os replays.

Na minha é bem pior,
não tem patrocinador.


Objetos

Quando sinto o peso do chaveiro
e suas chaves em minhas mãos
e chego em casa
e abro a porta,
sinto o peso do mundo que ficou lá fora.

Quando vejo a caneta
escorrendo letras no papel
e vejo o branco desta folha
que me espera, vejo nela
uma passagem para espiar o infinito.

Quando, no caminho,
escorrego na pedra da calçada,
úmida e polida e gasta
e me reequilibro abrindo os braços,
escapa-me um necessário abraço
e me percebo me dando sustos.

Quando vejo a chama incediar
aquele cigarro na alheia boca
e meus pulmões pedem-me um,
sinto um enorme prazer
e descubro um jeito de medir o tédio.

Quando me percebo nessas coisas,
entre concentrado e disperso,
um sorriso me vem aos lábios:
não tenho alma nem carne.
Tenho objetos que me são honestos,
permitindo-me a dimensão da vida.


Os do Momento

Nós todos, que carregamos nos ombros
a intendência de todos os exércitos.
Nós, que fazemos instantes vãos tão belos
e tão simplesmente vãos.

Nós que espreitamos as frestas das portas,
penetrando a intimidade dos amantes
e a intimidade dos solitários
e todas as intimidades com frestas nas portas.

Nós, os extasiados do cotidiano,
periféricos e acompanhantes,
ilusionistas sem magia,
nós os sensitivos cálidos.

Nós, errantes temporais em movimento
que passamos à sombra,
intercalados e crepusculares.
Nós, os das noites.

Nós que sabemos chorar a seco
porque não sabemos chorar.
Nós, prematuros aprendizes.
Nós, mestres prematuros.

Nós, repletos e incompletos,
inconstantes pares melancólicos.
Nós, enevoados, pálidos, galáticos,
nós somos sem sentido porque somos demais.


Paradoxo

Arguto de Souza.

Nasceu pobre,
viveu liso,
morreu duro.

Explica-se:
devia chamar-se Augusto.


Pequeno Mundo

É tão pequeno meu mundo,
tantas poucas coisas há nele.
Parece até um casulo,
tecido assim, pequenino.

Tem dois cadernos que escreví
e que não leio já faz um tempão.
Tem um cachorro que eu brincava
e quatro amigos que conhecí.

Meu mundo tem a forma de mim,
parece uma criança acanhada.
Meu mundo está muito longe,
para bem dentro de mim.

Lá tem um inferno também.
E um paraíso, os dois juntos.
Só que sem santo nem padre,
nem igreja, nem Deus.
Tem só inferno e paraíso,
sem confusão.

Meu mundo é todo lindo,
todo limpo.
A faxina é feita aos sábados,
a não ser quando tem festa.
Aí tem que ser no dia seguinte.

De vez em quando, meu mundo chora.
Quando acontece, acaba a força
e fica tudo muito escuro.
Então se acende velas.
Então eu rezo.

Para meu mundo
não há universo definido,
ele gira em qualquer espaço.
E como gira, há noite e há dia,
construindo tempo em movimento.

Quando meu mundo se abre,
tudo fica, não sei como, iluminado.
Parece um jardim público, no domingo,
com gente sentada nos bancos
e meninas andando na paquera.

Puxa, como é pequeno meu mundo.
Meu Deus, quão pequeno sou eu.


Perspectiva de natal


(Sorrisos)


Igual a tantos outros,
este Natal de sessenta e sete
me encontra triste.

Amanhã, o champagne de hoje
dará azia, torpor, ressaca
e eu ficarei mais triste.

Mas, agora, virão reuniões
onde cada um será mais falso
(sorrisos) por que é Natal.

Então, virão os cumprimentos:
Senhoras arredias tecendo sempre
(sorrisos) votos de feliz festas.

Senhores rudes, hostis,
(sorrisos humildes)
com a boca fedendo a uísque,
passando-me a mão na testa.

Aí eu, num dilúvio de vômitos,
retribuirei gentis ofertas
com a cara (sorrisos)
mais lavada.

Depois, virá o ano novo,
que de novo trará o dia
da manhã sem hipocrisia.

E quando tudo iluminar,
coisa e tal,
eu serei a tristeza total.


Pincéis e Canetas

Lutamos,
alguns pincéis e canetas,
contra milhares de baionetas.

Abrimos nosso palco na cidade,
milhões em negociações baratas
sem nenhum momento de verdade.

Nessa música sem letra, o ritmo
abrange uma enorme península
onde somos apenas o istmo.

E tenho o pressentimento
de que estamos, com o tempo,
tornando-nos somente um monumento.

Isolados no desfrute do que há,
esquecem e se desimportam
do que quer que seja, do que será.

Está tudo previsto, tudo cuidado.
A lição já foi passada,
resta fazê-la desconcentrado.

Pouco a pouco, tudo permanece,
nossa sensibilidade falece,
fica a mortalha e o pó.

Continuamos sós,
alguns pincéis e canetas,
contra milhares de papeletas.


Por Definição

Eu sou muito definido
na minha indefinição.
Sou absolutamente contra
tudo isso que sou.

Mas sou a favor de sê-lo.
Sê-lo é como sou.
Sê-lo é que me faz sentir
sê-lo como sou.

Sou muito voluntário
em todo meu sem querer.
É assim que escolho
o que não quero.
Querer é não dizer a mim.

Assim é que sigo ou viro.
É conforme a volta que vou.
Indo, me permito ficar.
Ir ou vir é simples,
simples questão de movimento.

Meu pensamento é leve.
Minha boca, fria.
O meu peito é nada.
Vale o que não sou.

E, por assim não ser,
vivo sendo
como um sujeito indefinido
por definição.


Prólogo

Novecentos e dezoito.
O quê? O preço do dolar?
Não, não,
terminou a primeira guerra.

Novecentos e trinta e nove.
O quê? A produção per capita?
Não, não,
começou a segunda.

Novecentos e quarenta e seis.
O quê? A alta da bolsa?
Não, não,
explodiu Hiroshima.

Novecentos e quarenta e nove.
O quê? Vítimas?
Não, não,
eu nascí.


Querença

Estou vivo por enquanto
e, por enquanto, quero viver.

Quero viver cheio de idéias e de esperanças.
Quero ser alegre sempre que houver alegria.
Quero ser triste, quero chorar.
Quero a melancolia quando quiser poetar.
Quero sorrir o sorriso franco
para o amigo que me fala.

Quero andar pela Terra sem pudor
e conhecer todos os homens.
Quero sentir saudades de todo mundo.
E quero amar. Amar demais, amar sem conta.
Quero ser um fanático do amor.

Quero ter lembranças, quero ajoelhar
e recordar orando. Memória é pão da alma.
Quero esquecer também, tanto quero,
mas quero esquecer vivendo.
E quero que, me vendo, todos cantem
e me confessem, no abraço, a alegria.

Quero ser atacado quando defendo.
Quero atacar quando estiver sofrendo.
Quero o céu, a terra e o mar.
Quero os pássaros, os animais de todas espécies.
E, ainda, mulher eu quero. Ah... como quero.

Quero todas as noites, quero beber nas madrugadas.
Quero dormir ao relento, acordar na manhã
cansado, amassado, torto e feliz.
E quero também, na velhice,
paz e sossego para meu descanso.

Quero mais, quero meus amigos revendo,
numa noite de lua, morrer escrevendo.
E finalmente eu quero, e peço a Deus,
Que não me deixe morrer querendo.


Ser Fiel

Ser fiel? Jamais serei.

Como pertencer a uma só
o que não é um, mas vários?

Sou multiplicável em progressão
na dança dos encontros,
ao encontro...
da minha variedade explosiva.

Assim é que pedir-me o impossível
é pedir-me a fidelidade.

Mas também não sou infiel
por que não traio.
A quem pertenço não traio
na face em que pertenço.

Mas, ser fiel?
Não, nunca.
Como ser o que não posso.


Sintaxe


Sujeito, sou objeto.
Objeto, no jogo
sou jogado.

Na rua, andado,
no festim dançado,
na escola estudado.
No escritório,
etiquetado.

Não descubro nada.
Descoberto,
sem me explicar,
estou explicado.

Restado, meu peito,
que não abri,
aberto, está posto.
Talherado, servido
e mal passado.

Fui devorado.


Solução

Solusção.
Çolusão.
Xoluxão.

Não importa como,
eu quero uma solução.

Mesmo analfabeta.


Tempo Novo

Vende-se relógios usados.
Já não servem mais,
marcam sempre o mesmo tempo.

Bem pouco original,
a vida se repete.
Para mim chega.

Eu quero um relógio novo
a cada doze horas.


Tentação

Sim, sim... eu sei.
Um dia o sol vira gigante vermelha
e queima tudo.

Sim, sim... eu sei.
A qualquer instante seremos atomizados
pela última bomba.

Sim, eu sei sim.
Ouví falar de alguém que teve essa idéia
e foi crucificado.

Sei,
há três guerras distintas, a do mundo, a nossa
e a minha.

Eu sei, eu sei.
Ontem vi como um insano bárbaro o admirável
mundo novo.

Ora, já sei.
Está ficando tarde (como se houvesse tempo)
e a morte não avisa.

Sim, definitivamente sei,
mas não convence, tão-pouco é melhor,
compreendes?

Sei sonhar.
Fuga, jeito, fardo, loucura ou missão.
Vá embora.


Toque de Chamada

Reuní-vos amigos.
Quero todos na calçada
a me esperar.

Reuní-vos amigos.
Cada um calado,
serão todos a me chamar.

Reuní-vos amigos.
Espero, pelo menos,
tenhais notícias para contar.

Reuní-vos amigos.
As malas tragais convosco
e gosto por mim, espero.

Reuní-vos amigos.
É um misterio assim partir,
irei sim, irei já.

Reuní-vos amigos.

(Meus amigos são todos
os que que querem
mas não tem vontade).


Vampira

Liberdade essa,
sem cabeça,
sem rumo,
sem perna.

Essa louca vampira
me ataca,
me morde,
me mata.

Essa doida besta,
violenta e mansa.
Essa manca,
essa vaca!

Quando chega e pega,
Fica ali e masca.
Vira em frege, ai,
essa vampira me ataca.


Vida Corrida

Seguir por sinuosas vias
como estas que sigo
é experimentar o desejo
de ter a ventura
de encontrar num repente
a alma do amigo
cruzando consigo
no pensamento talvez
mas sempre cruzando
os rios e os mares
em busca do dia
eterno e supremo
de ver a menina
brincando de roda
e ter a vontade
de entrar na ciranda
ciranda da infância
que esperou o dia
de ter no outro dia
a pena e a tinta
que a mente se encanta
de cantar nesses versos
o sonho sonhado
pelo menino deitado
de matar um leão
dois tigres e um leopardo
de ser um rei
quem sabe um sultão
sultão que partia
em busca dos brilhos
que seu reino não tinha
e tinha bem mais
tinha o sol que brincava
de fazer sombra na água
e a água molhava
os pés do menino
que deitado pensava
em tudo isso que digo
compunha canções
hinos talvez
ele só desejava uma coisa
queria ser poeta uma vez.

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