janeiro 01, 2011

- Altar de Sonhos (Exclusivo)

Um espaço para seu poema, seu sonho, seu delírio.
Sua palavra mágica, aquela que pronuncia em silêncio, tanto respeito e recheio ela possui.
Um "Recadário" sem recados meus, somente aquilo que você me enviar e que deixarei incólume, sem defesas, análises, respostas. Não irei censurar nada. Tudo que chegar, publicarei.
Podemos chamar também de Altar da Verdade.
A única condição é ser um "seguidor(a)" do blog, mesmo que anônimo(a).
Comece.

20 comentários:

Unknown disse...

Amar e desamar para ser homem
e ter sonhos, chorar e ter limites.
Trazer no olhar distante o desatino
de amar o amor e ver-se triste e cego
como invisível pássaro na noite.
Amar demais a vida e o desencanto
da própria dornascendo no silêncio
desse exílio no azul.Mas rebelado
e sórdido sentir-se, por ser puro,
ser livre como os ventos do planalto
e sorrir às estrelas, deslumbrando-se
ante as coisas mais simples: ser criança
e descobrir o mundo que ressoa
no timbre de cristal dessas manhãs.

Carla.

Unknown disse...

É possível que um dia, em desespero,
esta palavra atinja os teus ouvidos
como um susto de pedra, noutro apelo
que te envolva de lenda e de infinito
em todos os acasos e silêncios.
E antes que a tarde, trêmula, se livre
pousando em nossos ombros seu lamento
de fogo e solidão, é bem possível
que a vida amadureça a nossa angústia
e outra mensagem vibre sem ouvintes,
sem espaço, sem luz, sem latitude,
para ficar no vento e nas distâncias
como uma nuvem branca, repetindo
as palavras de amor, que nunca ousamos.

Carla.

Unknown disse...

Nosso poder de amar não se resume
na transparência inútil de saber
que a vida, o mundo e suas coisas lúcidas
arremetem informes contra a noite
afeita a só morrer e deslumbrar.
Agora estamos a sós e já nos basta
o privilégio de chorar, ferindo
nossos próprios ouvidos rebelados.
Sabemos que são frágeis nossos mitos
e sabemos do empenho nesse exílio,
nessa volta ao silêncio, no silêncio
que se repete sempre, e se repete
como os dias e as noites, e nos punge
como um pássaro súbito na tarde.

Carla.

Márcia disse...

quero mais, mais Alu...culpa tua que vai dando uma prova de cada panela no fogo...agora estou com fome, quero mais.

Anônimo disse...

ih! saiu como Elizabeth,rsrs,minha fake de a tempos...oraora que surpresa...mas repito o que ela disse viu, Alu...vim buscar te ler mais e encontro um silêncio preocupante.

Unknown disse...

Tenho a manhã nos olhos como um pranto
de sal e fogo e sinto os teus cabelos
já úmidos de aurora, deslizando
sob a ternura antiga de meus dedos.
Gritam nas minhas mãos as formas trêmulas
de teus gestos. E o ritmo que improvisas
dança na sombra, tece o azul do vento
e cresce no interior das coisas vivas.
Ah, pássaro, pudesses no teu vôo
e canto pressentir quanto repouso
se estende além de nós e dessa noite
impossível no tempo e tão esquiva
como o sonho que armamos de repente
sobre a incerteza tácita da vida.

Carla.

Unknown disse...

As horas com que teço a tua ausência
e oculto o meu clamor de eternidade
gravaram-se no tempo e sobrevivem
nos instrumentos líricos da tarde.
Insubmissas aos rumos, me acompanham
e convertem meu dia em desespero.
Subornam meus ouvidos com seu canto
tão claro de esperança e atropelo.
Agora ouço teu nome enfeitiçado
e me prendo no risco da pergunta
que se espelha no mar, como esse mastro,
esta fala que habita o meu silêncio
e vai armando os lances da pronúncia
nas horas com que teço a tua ausência.

Carla.

Anônimo disse...

Fiz por você, pra vc colocar no teu Blog...

Espero que goste.

RETRATO 3X4


Falar de mim, você me pede.
Então vá lá, querida, anote:
Maduro, nem baixo, nem alto,
sofrido coração, decifra o mote.

Meus olhos castanhos e claros,
poeta, um sentimentalista.
Amo as mulheres, quem não ama?
Faço minhas artes, sem ser artista.

Meu fraco é a noite, de estrelas,
e o eterno amor, com muita ânsia.
_Um menino grande buscando
a eternidade da infância.

Sou assim, nada vai mudar.
O destino espalmado na mão.
_Um romântico inveterado
acasalando enorme coração.

Beijos, meu Alu.

Anônimo disse...

espero paciente, reticente venho procurar por um sinal, mas qual...encontro o silêncio das flores, odores buscando um sentido, sentido na ausência.

Unknown disse...

.
Letra

Desculpa o tanto que te fiz mal
e esquece tudo que te fiz de bem.
Desculpa o meu amor tão natural
e que por ser assim foi mais além.

E te deu essa forma de horizon-
te que se abre nas lâminas de abril,
sempre tentando aproveitar o tom
das nuvens roxas para o teu perfil.

E num giro de luz(lua e farol)
anoiteceu teu corpo sem nenhum
sinal que revelasse o girassol
da tua imagem no falar comum.

E da raiz mais limpa da manhã
foi recolhendo a essência até da úl-
tima gota de orvalho, nesse afã
de te dar sempre a gota mais azul.

E amou teu nome de silêncio e mel,
e amou teu canto de distância e fim.
Esquece agora quem te foi fiel,
desculpa o tanto que te dei de mim.


Carla.
.

Unknown disse...

Epitáfio
.
Não morrerás em mim. Não morrerás
assim como uma sombra na distância,
o vento no horizonte e, nas manhãs,
a alegria mais pura que inventamos.
Serás presente em tudo e viverás
o segredo de todos os momentos.
Todas as coisas gritarão teu nome
e o silêncio mais puro, o mais sutil,
aquele que mais dói e acende as noites
e o ser profundamente intranquiliza
_ este restituirá o movimento,
a eternidade viva de teus passos
e a certeza mais limpa de que nunca
tu morrerás em mim.
.................................Não morrerás.


Carla.

Unknown disse...

Alegria
.
Alegria de vida, alegria de ver-te
sorrindo para mim teu sorriso de sol.

Alegria de amar nessa campina verde,
onde o amor como um rio inesgotável role.

Alegria de voar, ser livre como uma ave,
ser calma como um lago e boêmia como o vento.

E alegria de não esperar que se acabe
a alegria de amor que agora estou vivendo.

Carla.
.

Unknown disse...

.
E sete vezes sete (e mais a conta
dos números do mito) arremeti
meus dardos contra os muros
dessa tebas morena de mil olhos

E sete vezes sete ( e mais o fôlego
dos gatos guturais) recomecei
o solo natural da minha flauta
que a chuva modulava no alicerce,
como a canção de amor que principiava
pelas curvas do ventre nos espelhos.

O mais era essa fala que não falo,
esse relincho doido de cavalo
e taque e tique e toque, o dia inteiro,
o coração aos pulos no banheiro.


Carla
.

Unknown disse...

.
Amo-te na distância desse silêncio
que se eterniza na emoção de
nossos olhos.

Amo-te na solidão de meus dedos
apalpando palavras na parede
da tarde.

Amo-te nas linhas do poema,
deitado na tessitura
do papel.

Amo-te no quarto-crescente de meus
impulsos
quando o desejo verticaliza o teu sangue,
potro galopando na janela
do meu cio.

Amo-te na emoção de minhas
noites e
no silêncio de meu silêncio
mesmo sabendo que as águas do rio
não sobem o muro das
lamentações.

Carla

Unknown disse...

Descobrimento

Há demasiado silêncio nesta noite
e os nossos pés caminham, deslizantes,
sobre flores e feltros disponíveis.

E há também demasiada pureza neste olhar oblíquo,
demasiada claridade nesta noite sem fundo.
Entre formas que se movem absurdas
os nossos pés flutuam, deslizando-se,
e a poesia irrompe nas sombras
como um corpo livre de túnel, túmulo
e tudo que retém seu mais obscuro
poder de liberdade e movimento.

A profusão de luzes destrói
qualquer tentativa de descobrimento.
E a beleza de ver corrompe o possível encantamento
das estrelas.

Todas as coisas lindas e amoráveis
são noturnas e crescem à flor de lagos
subterrâneos.
Todas as coisas lindas e livres
navegam no secreto rumor da angústia e do tempo.

Há demasiada pureza neste luar
e nos dói tanta certeza para o amor.
Na transparência dessas formas puras nos deitamos
e nossos pés flutuam
no absoluto clarão do chão inútil.

Carla.

Unknown disse...

Espera
.
Ao longo deste tempo desfalece
uma rosa de fogo.

Consumida nas sombras, faz-se lenda,
transmuda-se na sua eternidade.
Dissolve-se em distância e cansa os olhos
na procura sem rumo de outro acaso.

Se sua cor de nuvem, seu silêncio,
se prolongam na tarde, não se sabe:
nesta angústia de espera a noite é imensa
e as estrelas se apagam noutro mar.

Carla

Mulher.com.br disse...

Nossa vc escreve muito bem adorei

Unknown disse...

O ABSURDO

O absurdo chega exato e só.
Constrói suas paredes
de metal e do teto em relevo
renova o latejar do mundo
nas veias da noite.

Sob o efeito de sua língua má-
gica, as coisas invadem ou fingem
o íntimo vazio do silêncio.
Então seu gesto se torna ambíguo
e a sombra que fende o tempo
se reduz a puro sortilégio.

No fundo, sempre traz a tentativa
de elidir o peso quase imperceptível
dos cabelos.

No fundo, alguém conjuga
outros dados na mesa.

Carla.

Rose Я disse...

Hoje

"Hoje me bastaria
Ver você chegar
Sentir teu perfume, e
O brilho no teu olhar
Hoje me bastaria
Escutar tua voz
Ver o teu sorriso
Sentir tua presença.
Hoje me bastaria
Ficar junto a ti
Mesmo que calado
Sentir você ao meu lado.
Hoje me bastaria
Apenas estar contigo
Para dar um basta
Na saudade que me castiga.
Hoje me bastaria...
Você
Apenas você..."

Rose Я disse...

" Pior... "

Não é apenas só
que eu estou me sentindo...
É muito pior:
...estou me sentindo sem você.

(J.G. de Araujo Jorge)