Memórias, emoções, tesões e alguns delírios
(Tempos vários: os bons tempos, os contratempos, cada coisa a seu tempo
e até mesmo algumas estranhamente intemporais)
Estava esperando você, sempre esperei por alguém. Ainda espero,
agora mais paciente do que antes pois, se nascí para esperar,
a paciência foi uma lição que eu tive que aprender depois.
Fui recompensado a cada vez, não me queixo, as pessoas vieram,
assim como você agora, curiosas, talvez desconfiadas, algumas
inteiramente involuntárias, outras sabendo perfeitamente o que
pretendiam. Nem todas eram boazinhas, mas sempre vieram.
Por elas eu vivi, por elas eu sobrevivi. Sem algumas delas
eu não estaria aqui.
Netos
Ghael, loiro como o pai, nascido em 2010. |
Thiago, nascido em 2009, com Rafael e Thereza. |
Do jeito que esses dois estão treinando, acho que pretendem produzir um novo time do Corinthians. Ou seria do Palmeiras?... |
Este comedor de panquecas vai ser papai em breve, tão logo resolva com a dna. Natureza uma questão sobre datas. A Natureza ganhou... Kadu nasceu dia 20 de fevereiro. |
"... a vida é tão rara."
Meu pai,
Luiz Alberto Caldas de Oliveira,
o LACO, um homem carismático,
controverso, polêmico e empreendedor.
Um momento doméstico,
flagrado na Av. São Luiz,
passando sua própria camisa...
A mãe e as crias, uma foto perfeita no casamento do Murilo, em 2009.
Século XIX
Lincoln de Oliveira, meu avô paterno,
aqui com sua segunda esposa, Carmem.
Rachel Caldas de Oliveira, minha avó paterna.
Vô Alexandre e vó Rosalina, avós maternos, minha mãe Ancilla,
meus irmãos (da esquerda para direita) Lúcia, Eduardo, Cecília,
Fernando e eu, aquele balofinho desconjuntado ali da direita.
meus irmãos (da esquerda para direita) Lúcia, Eduardo, Cecília,
Fernando e eu, aquele balofinho desconjuntado ali da direita.
Meu pai,
Luiz Alberto Caldas de Oliveira,
o LACO, um homem carismático,
controverso, polêmico e empreendedor.
Em Ubatuba, Praia da Enseada,
em plena década de 50. Nem
sunga, nem bermuda, era shorts
mesmo, com ele mergulhávamos
em busca das garoupas, robalos
e (eu) das lagostas enormes,
disponíveis nos 2 ou 3 metros.
Um momento doméstico,
flagrado na Av. São Luiz,
passando sua própria camisa...
Bem, dessa progênie toda, saiu isso aqui:
os homens da família, sisudos, conservadores, formais...
Presididos pela dna. Ancilla (hoje com 91 anos): Murilo, Laquinho, Fernando,
Pedro Henrique, Rafael, Flávio (acima, da esquerda para a direita);
eu e o Eduardo, ladeando a véia.
Também com a nossa matrona nonagenária ao centro, as mulheres da família:
Acácia, Lúcia, Sílvia e Cleide (acima); Thaís e Ana Luiza (abaixo).
Estava eu bem posto, tranquilo e fagueiro,
quando me aparece o boeing ai do lado.
Falem a verdade, como poderia eu deixar
de dar um crau...!!?
Resultado, galinha incipiente, casei.
"Natura non Facit Saltus"
Convém fazer uma pausa, recuperar o fôlego e fazer algumas reflexões sobre esta mulher. É - e será sempre - a mulher da minha vida, pelo menos desta vida. Acompanhem meu raciocínio: 23 anos de casamento, 34 de convivência, três filhos - os netos agora - crescimento, experiências, rala e rola, amigos, amores, mais rala e rola, aprendizado, felicidades, dramas, desafios, derrotas, tédio, nascimentos, renascimentos, mais rala e rola, mortes, lágrimas, gargalhadas. Nem que quisesse eu conseguiria encontrar uma maluca que topasse encarar mais da metade de uma existência ao lado de um débil mental como eu. Mesmo que encontrasse (afinal, está cheio delas por ai), não haveria tempo hábil, muito menos capacidade física, para viver tudo aquilo comme il faut. Portanto, acostumem-se, com todos os meus e seus defeitos, o posto é dela. Foi a comida mais cara da minha vida, em todos os sentidos... E vamos em frente.
Costumo chamar esta foto, gosto dela, de "Eu e Meus 5 Filhos".
Pela ordem de idades: Laquinho (com o copo), Murilo (à esquerda),
à direita Rafael (ajoelhado) e Flávio (o caçula).
O Laquinho é meu afilhado, mas entra na conta do mesmo tamanho e jeito.
Ai, vocês me perguntarão: - Não está faltando um?
E eu responderei com um ar inocente de ovelha negra:
- Não, não falta ninguém. O 5º é aquele ali do centro, eu mesmo, de longe
o que me dá mais trabalho e dor de cabeça. Um verdadeiro desastre.
- Não, não falta ninguém. O 5º é aquele ali do centro, eu mesmo, de longe
o que me dá mais trabalho e dor de cabeça. Um verdadeiro desastre.
A mãe e as crias, uma foto perfeita no casamento do Murilo, em 2009.
Outra foto perfeita, desta vez a família completa:
Flávio & Carla, Rafael & Thereza, Murilo & Cíntia.
Dna. Cleide feliz, mergulhada no meio.
Esta é a Cíntia, uma das norinhas,
em imagem que roubei do Facebook
para fazer arte... he, he...
adoro fazer arte.
Tina, outra norinha com quem fiz arte,
desta vez em foto escolhida pelo maridão.
E aqui, a Carlinha, norinha do sul, devidamente roubada do orkut
para minhas artes.
Antes que ele reclame, e ele vai reclamar,
ai vai a foto do Laquinho devidamente batizada: Laco Neto.
Como ele mesmo diz, o escritório é pequeno mas a vista é ótima.
Morávamos na bucólica São Paulo da Garoa,
próximo a uma chácara nos limites da cidade
(área onde, hoje, se encontra o Shopping Iguatemí),
com direito a Sessão Zig Zag, Circo do Arrelia
e manhãs de Tom e Jerry no cinema.
Os olhos, porém, gravaram suas melhores
imagens nas paisagens intocadas e
translúcidas da Ubatuba dos anos 50.
Ao longo de mais de 10 anos, era nosso
destino nas longas férias de verão, 90
dias obedecendo à única regra imposta:
translúcidas da Ubatuba dos anos 50.
Ao longo de mais de 10 anos, era nosso
destino nas longas férias de verão, 90
dias obedecendo à única regra imposta:
anoiteceu tem que estar em casa !
Somente quem já se embrenhou no meio da mata nativa incólume,
inundadade cores, seres, silvos, aragens, ecos, silêncios;
somente quem caminhou por praias onde a primeira, e única,
pegada na areia é a sua; somente quem observou, dessa mesma
praia, sozinho, especialmenteà noite, o lento girar dos céus
ao som dos pequenos ruidos de animais e das ondas do mar;
somente quem já mergulhou em suas águas cristalinas acompanhando
o movimento infinito das marés, das correntes e de toda fauna
e flora que ali coexistem; somente este privilegiado há de apanhar
em toda a sua profundidade a dimensão do equilíbrio,
Foi nesse tempo que comecei a gostar de bichos...
O que posso dizer é que, contrariando tendências e sem
saber como, eu sobreviví...
O urso era muito sábio, me ensinou muitas coisas.
Uma delas, a dividir a vida em estações: há tempo para
hibernar, mas também deve haver tempo para aprender,
para procurar, para caçar, para lutar e acasalar.
Sempre achei essa última parte meio besta e foi uma
das poucas coisas do urso que não adotei para mim.
Em uma das nossas primeiras divagações, ele olhou para
mim com aquela cara de urso, e sentenciou:
- Vai dar trabalho, mas se você quer ser um urso que preste,
a primeira providência é encontrar uma toca. Ela será seu
esconderijo e fortaleza, seus amigos devem ter por ela, respeito;
seus predadores, medo. E será também o seu lugar de ficar
sozinho. Todo urso é um solitário.
Mais que depressa, eu saí pelo mundo procurando uma
gruta que servisse de toca e comprei aquela ali de cima,
financiada pelo BNH. Desde então, nunca mais deixei de
ter uma, mesmo que fosse só mesmo na minha cabeça.
Aí, não teve jeito... ...tive que trabalhar...
... e trabalhar...
... e trabalhar...
... e, sob o peso da lei, trabalhar.
Claro, sempre tinha uma toca onde me enfiar...
... alguns momentos de lazer...
...mas voltava a trabalhar. Hmmmm... good job!
Muitas vezes trabalhava sozinho...
... em outras ocasiões, acompanhado:
Todavia, o fato é que não se consegue agradar todo mundo.
Esse Bode é louco!!!
Nada disso, eu apenas me identifico com o Obelix em algumas coisas.
Na objetividade, por exemplo. Ele existe só para entregar menires,
caçar (e comer) javalís, ser amigo dos seus amigos e bater em
romanos quando surge alguma oportunidade, o restante não é
com ele. Além disso, como eu, caiu no caldeirão da poção
mágica quando era pequeno e os efeitos da mistura
se tornaram permanentes. A única diferença é que,
no caso dele, o caldeirão era gaulês e no meu,
escocês. Ele ficou eternamente forte e eu,
para desgosto dos meus romanos e
bardos, eternamente bêbado.
Por falar em amigos, dizem que casa
na praia, barco e chácara de fim de semana
(alguns, eu entre eles, incluem mulher nessa lista)
são coisas que você nunca deve possuir. Entretanto,
é da maior importância que você tenha amigos que sejam
possuidores de tais sortilégios. Foi o meu caso e, agora, depois
de driblar o Bode, eu entro na fase final desta minha excursão ególatra.
Ilhabela, um paraiso de amigos.
... esta fica melhor censurada.
Nunca tive nada a reclamar, somente do que agradecer aos tantos
amigos que tive e tenho. Sempre serei grato por isso.
Aventurei-me, porém, em outras trilhas
Voltei a explorar a selva de Ubatuba
mais bares, |
Frequentei reuniões sociais,
bares,
... alguns piqueniques,
algumas festas...
Vejam vocês que vida atribulada, de luta e esforço, dedicada ao aprendizado e crescimento pessoal.
Tudo isso, sem abrir mão em nenhum instante sequer, das responsabilidades e deveres familiares.
Aqui, esposo exemplar, zelando fervorosamente pela integridade física e moral da
patroa em seus folguedos momescos; defendendo até o desfalecimento aquilo que
o vulgo chama de recesso do lar (pessoalmente, prefiro chamar de testa).
E aqui, pai extremoso, preparando-se para mimar os filhotes - em famélica fase
de crescimento - com seus quitutes prediletos num daqueles inesquecíveis
almoços de domingo no recesso do lar (desta vez, trata-se do nosso apê
mesmo... uma das incontáveis tocas onde produzí com entusiasmo
e carreguei com orgulhosa diligência a prole voraz e indigesta).
Com o tempo acabei virando bode, habitante das altas montanhas,
impassível aos largos cenários que descortina. Um animal observador,
rápido, perito em escarpas e precipícios, absolutamente indiferente
à morte que qualquer queda poderá significar. Um pequeno detalhe,
na língua inglesa to bode significa pressagiar. Aprendi a antecipar
certas forças da natureza e isso tem me servido muito na sobrevivência
diária. É com ele que vou agora, encarnando meus vários papéis de
doidão, executivo, sofisticado, reles, expiatório (com várias leituras)
e, entre outros tantos, aquele que mais gosto, de solitário cúmplice
dos humanos e humanas em bom estado. O poeta feliz, o bobo da corte,
o descrente, o displicente, o incrivelmente acreditável, o blogueiro.
Amigos
(Esta galeria já ficou mais longa do que esperava. Portanto prossigo em um novo
volume - Galeria [2] - para o registro de quem fui amando pelo caminho).
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desenhou e escreveu. Adicione: aluiziocasali.blogspot.com
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sua publicação inicial, será atualizado com novas postagens.
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7 comentários:
espera só mais um tiquim que eu já chego...rsrs
Será um tiquim rápido, Pan, pois minha galeria não é linear. Enquanto isso, vá pensando na imagem que irei usar para te retratar... rs
confio em ti,rsrs...aiiiiiiiiiiiiiii
Nunca tinha visto um urso de bunda branca e gostosa...
Ilhabela é tudo de bom, quem já viveu a ilha, sabe...
Mas aquela pelado deitado tá o must...digna de um dos "Jarbas" da Ju, hihihi...^^
e sunga azul? photoshop! huashuash
Isto de se viver quase metade da vida com uma pessoa é marcante, ninguém no mundo nos conhece mais do que ela...impossível não olhar para trás e ter gratidão, ter amor e carinho por tudo o que foi vivido, compartilhado, chorado e sorrido. São pessoas muito ricas aquelas que saber enxergar esta oportunidade na vida.
Parabéns, Alu!
Como mulher da sua vida ... quero que saiba que todos os momentos, todos eles foram de uma riqueza imensa.Poucos viveram o que vivemos sempre com tanta intensidade. Somos companheiros de várias viagens ... e muitas outras virão. Te amo
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